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G1 – Arquiteto monta escritório ao ar livre para falar de sustentabilidade no RS
Otávio Urquiza montou espaço de 12 metros quadrados no Paço Municipal.
‘Foi amostra de como podemos ser rápidos com materiais econômicos’, diz.
Por cinco horas, o arquiteto Otávio Urquiza trabalhou ao ar livre nesta quarta-feira (8) no Paço Municipal de Porto Alegre. Com o objetivo de dar uma demonstração de como é possível construir um escritório sem precisar de cimento e tijolos, ele montou um espaço de 12 metros quadrados em frente à antiga sede da administração municipal. O vigilante do prédio confirmou ao G1 o que Urquiza garantiu: a estrutura foi montada em 10 minutos.
O que mais chamou a atenção de quem passou pelo local entre as 7h e as 12h foi a corrente com a qual o arquiteto se prendeu à estrutura. Urquiza considera a iniciativa uma “instalação artística cooperativa”, batizada de “A Ecologia e a Corrente”. “A corrente simboliza as amarras que nos impedem de avançar rapidamente para salvar a década. A ecologia significa uma pequena amostra de como podemos ser rápidos com materiais econômicos e em 10 minutos”, disse ao G1 o arquiteto, que garante que não possui nenhuma relação com partidos políticos.
O plano do arquiteto era permanecer no local até o final do dia. No entanto, segundo ele, foi solicitado por representantes da prefeitura que ele saísse do local. Apesar de contestar, Urquiza deixou o local. “Não tenho problema nenhum com a lei. Se eu cometer um erro, que me avisem que eu corrijo, mas mandar parar o trabalho e o escritório é um destrutivismo”, diz o arquiteto.
O arquiteto diz não ter conversado com a prefeitura antes de montar a estrutura. Segundo a administração municipal, a saída de Urquiza do local foi fruto de uma negociação com o secretário de Governança, Cezar Busatto, acompanhado do presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul (Sescoop-RS), Vergilio Perius. Busatto assegurou que o arquiteto será recebido na Secretaria de Governança para uma conversa.
Urquiza disse ter atendido ao pedido de Perius. “Ele é um mestre gaúcho do cooperativismo. O que ele pedir, eu faço. Ele entende o motivo deste protesto”, afirmou.
A estrutura foi montada com materiais baratos: uma mesa construída na véspera com madeira que ele tinha em casa, três cadeiras e bambus que ajudavam a sustentar um toldo, que à noite se transformaria em um telão onde ele faria uma projeção. “Achei que mostraria coisas lindas hoje”, lamenta.
Questionado sobre o motivo do ato, Urquiza desabafa: “Foi a gota d’água”. O arquiteto afirma que ações judiciais o levaram a fechar a cooperativa onde trabalhava. A intervenção da Justiça, diz ele, é resultado de uma cultura competitiva que deixa a sustentabilidade em segundo plano. “É um apelo à reflexão que a competição está destruindo. A competição está em nível muito acirrado”, afirma.
Fonte:
Felipe Truda Do G1 RS
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/08/arquiteto-monta-escritorio-ao-ar-livre-para-falar-de-sustentabilidade-no-rs.html